Se hoje temos inúmeros produtos que ajudam a destacar a nossa beleza natural (e dar aquela camufladinha no que é preciso), devemos agradecer a pessoas como Eugène Rimmel e Max Faktor. Com um tanto de conhecimento científico, outro tanto de sensibilidade e um bocado de visão, eles contribuíram para impulsionar o segmento da beleza, para que ele se tornasse o que é hoje.
Max Faktor – A vida dele é impressionante (em breve, vamos dedicar um texto inteiro à sua história). Nascido na Polônia, ele migrou para os EUA, onde seu nome mudou para Max Factor. Durante toda a vida ele deu enormes contribuições para o universo da beleza. Mas, sem dúvida, o grande marco foi o lançamento, em 1914, de um creme em bastão com consistência ultrafina que formava uma película maleável sobre a pele: sim, o pancake, antecessor da base. E que, logo de cara, ele já fabricou em 12 tonalidades para servir a cada cor de pele. Nosso rosto agradece.
Eugène Rimmel – Esse francês iniciou a carreira como perfumista. Mas graças a ele, os olhares femininos ganharam um realce extra: Rimmel é simplesmente o homem que inventou o primeiro rímel comercialmente disponível. Até hoje,
“rimmel” ainda é a palavra mais usada para máscaras de cílios, em idiomas que vão do italiano
ao turco. E, cá entre nós, o que seria de nossos olhos sem essa superinvenção, hein?
Florence Nightingale Graham – Essa canadense que migrou para os EUA fundou a Elizabeth Arden – nome que passou a usar depois que já havia montado um salão de beleza que ficou famoso em Nova York. Em 1912, criou um batom vermelho como símbolo da independência feminina, e marchou com aproximadamente 15 mil mulheres pela 5ª Avenida, defendendo o direito ao voto feminino. No mesmo ano, fez sua primeira viagem a Paris e voltou fascinada com o chamado estilo “Total Look” usado pelas francesas, que combinavam a maquiagem dos lábios e dos olhos com o esmalte das unhas. Elas também usavam e abusavam do ruge e do pó. Ao retornar a Nova York, criou para sua clientela uma colorida linha de maquiagem. Em uma época que mulher maquiada não era bem-vista, ela nos libertou, reforçando a ideia de que um belo make era capaz de realçar a beleza. Graças!
Estée Lauder – Essa nova-iorquina fez história no mundo da cosmetologia graças ao seu tremendo tino comercial. Não por acaso, o jornal The Times a consagrou como “o gênio do negócio mais influente do século”. Por quê? Ela inovou em várias coisas, como criar quiosques em lojas de departamentos (o primeiro foi na luxuosa Saks), oferecer amostras grátis e contratar estrelas de cinema para endossarem seus produtos. Além da própria Estée Lauder, as marcas Clinique, M.A.C, Origins e
SmashBox fazem parte do grupo que leva o seu nome.
Arinobu Fukuhara – O farmacêutico e empresário Fukuhara abriu a primeira farmácia do Japão que unia o “estilo ocidental” com a “sabedoria oriental”. Batizada de Shiseido, ela foi aberta na região de Ginza, em Tóquio, em 1872. Foi a Shiseido que apresentou aos japoneses a pasta de dente – produto muito mais suave que o sal e o calcário em pó usado anteriormente (que prejudicava os dentes). O produto foi um sucesso! Com o tempo a Shiseido tornou-se uma empresa de cosméticos. Em 1897, lançou a Eudermine, loção para hidratar a pele, embalada em uma linda garrafa de tom vermelho-rubi. Com olhar sempre voltado para o Ocidente, Fukuhara lançou, em 1917, o Rainbow Face Powder: pó facial que vinha dividido em sete cores (branco, amarelo, carmim, rosa, peônia, verde e roxo). A ideia era que cada mulher combinasse as cores de maneira a melhor harmonizar o produto com o tom de sua pele. Em uma época em que o pó facial era sempre branco, o lançamento foi revolucionário! Curiosidade: a palavra Shiseido é derivada do texto do I Ching e louva as virtudes da Terra.
O frasco do Eudermine, lançado em 1897: lindo, né?