Realizada de 23 a 27 de julho, a 43ª Casa de Criadores mostrou as criações de alguns dos jovens estilistas mais promissores do momento. E a maquiagem, como sempre, deu um show de criatividade e ousadia à parte! A tendência da maquiagem “desconstruída” foi a mais presente. Pele e boca surgiram com acabamento supernatural, enquanto o lápis branco foi bastante usado abaixo dos olhos. Vem ver!
Desfile: Sou de Algodão. Make Lau Neves, pela M.A.C.
O conjunto está lindo. A maquiagem impecável, belíssima com pegada dos anos 1970 (foto acima). Os olhos em tons de azul, em formato arredondado, com um degradê de tons suave, combinou demais com a modelo loira. Lau fez de uma maneira que ficou muito moderno, mesmo com um ar vintage. Vale lembrar que usar olhos azuis assim, no dia a dia, pode ficar exagerado, mas ainda assim é possível de se usar, até porque o restante do make é muito clean.
As sobrancelhas azuis seguem a linha do make desconstruído visto em vários desfiles. Elas são o ponto alto dessa maquiagem, um ponto de cor no rosto. Ficou ainda mais interessante pelo fato da modelo ser oriental e ter a pálpebra reta e alta. As sobrancelhas coloridas são artísticas, mas são harmoniosas no rosto da modelo. Nos desfiles a gente tem essa liberdade de extrapolar os limites para expressar um conceito ou uma referência.
Desfile Ocksa. Make: Guilherme Casagrande, pela M.A.C.
O ponto interessante desse make está na desconstrução da forma da boca. O batom preto usado além dos limites dos lábios, esfumado, exige muita técnica para ficar bom. A pele é muito bonita e clean, formando um “make nada” e só esse borrão na área dos lábios. Ficou ousado. Para ficar legal assim a passagem do esfumado tem que ser muito bem feita, pode ser com uma esponja e um pouco de produto. Não é algo usável fora da passarela, mas uma referência. No dia a dia, podemos adaptá-lo aplicando o batom com a ponta dos dedos, meio borradinho. Só que, nesse caso, vale usar tons mais alegres e manter o produto dentro do limite dos lábios.
Desfile: Igor Dadona. Make: Dindi Hojah
O mais incrível nessa maquiagem do Dindi é que parece que os modelos foram tingidos com tie dye mesmo! Uma maquiagem artística muito bem feita. Adorei a ideia! Ainda mais porque foi tudo feito à mão livre, que mostra a arte da maquiagem, explorando cada cor, cada pincelada. Eu fico muito feliz de ver um trabalho bem feito assim.
Desfile: Fernando Cozendey. Make: Max Weber
Aqui, Max usa cílios postiços poderosos, uma sobrancelha bem definida e a boca também forte. A pálpebra superior foi trabalhada com uma sombra iluminada e, a parte debaixo do olho ganhou um traço claro, sem ser certinho demais. O make mostra a tendência dos lápis branco, que já falamos aqui. No dia a dia, dá para usar criando um equilíbrio entre a parte de baixo mais clara e a pálpebra superior bem realçada, sobretudo por conta dos cílios postiços. O olho ganha muita expressão dessa forma.
Desfile: Tom Martins. Make: Helder Rodrigues, pela M.A.C.
Esse é outro exemplo de make com a forma desconstruída. O traço branco aparece novamente abaixo dos olhos, junto com um esfumado prateado, que é mais difícil de usar pois pode realçar as olheiras. O esfumado sobre a pálpebra superior foi feito de forma mais livre, sem a intenção de criar algo certinho. Mas ele acompanha o formato do olho, com um desenho arredondado e uma sombra metalizada esverdeada muito bonita. É uma maquiagem que pode ser adaptada para o dia a dia — sobretudo por conta do tom metalizado da sombra — mas que deve ser evitada por quem tem olhos fundos: para não intensificar essa característica.