Casamento. Maquiagem. Noiva…Todo mundo que me conhece pessoalmente sabe da minha paixão especial por fazer beleza de casamento. Adoro saber que faço parte de várias histórias de amor. Meu envolvimento é tanto que desenvolvo uma relação com as noivas, mães e madrinhas. Esse meu jeito, certamente, não é algo que consiga controlar: está no meu DNA.
Meus avós, Jacques e Janine, não foram pioneiros somente porque trouxeram, da França para o Brasil, esse conceito de salão com todos os serviços de embelezamento como hoje a gente está acostumada. O Dia da Noiva também foi criação deles.
Durante uma viagem que fizeram para a Índia, na década de 70, ficaram tão encantados com o ritual de beleza das noivas indianas que decidiram adaptar esse modelo para a nossa cultura. E essa “novidade” que meus avós passaram a oferecer na rede Jacques Janine, acabou marcando minha vida.
Quando criança, via de perto as noivas se produzindo, notava aquela eletricidade no ar do salão… e mesmo não participando ativamente do trabalho, entendia com o coração o significado de todos aqueles cuidados nos preparos para o casamento. E intuía que um dia seria minha vez de estar lá, com os pincéis nas mãos e uma noiva na cadeira.
O que me fez ter certeza de que seguiria o caminho dos meus avós não foi apenas o meu gosto pela maquiagem. O fato de ver que eles acompanharam a vida daquelas noivas da minha infância e que, mais tarde, também assinaram a beleza do casamento de suas filhas, me revelaram que o ritual não se tratava apenas de um trabalho.
Hoje me emociono quando, ao entrevistar uma noiva, ela me conta com carinho que o cabelo e a maquiagem da sua mãe foram feitos por meus avós. E essa ligação, que para algumas pessoas pode parecer tão frágil, para mim é forte, porque traz o sentimento de continuidade e faz com que, cada vez mais, eu queira repetir o feito dos meus avós, e conseguir, assim como eles, acompanhar não apenas a história de amor das noivas, mas ser testemunha da continuação da vida delas. Espero ter a mesma sorte que meus avós e poder, mais para frente, assinar a beleza das suas filhas e netas.
Uma profissão, para ter sentido, tem que fazer sentido. E ser maquiadora, para mim, faz todo sentido. Especialmente em um momento tão especial quanto o casamento. As pessoas desejam o ritual da beleza, porque elas querem ser transformadas para celebrar uma vida que vai ser transformada. Eu amo maquiar noivas, mãe de noivas e madrinhas. Nessas ocasiões, me sinto poderosa: uma espécie de fada madrinha.
Imagens deste post:
Campanha Jacques Janine 2017 [foto noiva da abertura]
Fotos: Danilo Borges/Maquiagem: Chloé Gaya/Cabelo: Maurício Pina, Jacques Janine/Assistente de maquiagem: Mariana Duran/Assistentes cabelo: Felipe Antunes, Gabriel Deodato/Modelo: Lola Gleich – Way Model/Manicure: Avany Almeida/Styling: Caio Gobbi/Produção de moda: Mariama Monteiro/Photo Retouching: Jujuba Digital/Apoio: Aneethun
Noiva Guiomar Kalil e viagem à India: acervo Jacques Janine